Estocolmo, Londres, Singapura, Paris e Copenhaga compõem o Top 5 das cidades mais conectadas da Ericsson. A multinacional avaliou a relação entre o desenvolvimento urbano sustentável e a maturidade no uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) de 41 cidades e sublinha a necessidade pensar o conceito de “cidade inteligente”.
“São necessárias algumas acções para que as cidades ultrapassem o simples conceito de cidades inteligentes que existe actualmente e se tornem cidades mais sustentáveis”, conclui o índice Networked Society City Index 2016.
Para isso, entre as recomendações da Ericsson, estão a inclusão das TIC como uma infra-estrutura base e essencial nos planos de investimento, a criação de um ambiente regulatório positivo que promova a adopção das TIC, uma abordagem holística de integração das TIC no planeamento de diferentes sectores, como o dos transportes, da energia e da segurança pública, e o incentivo à colaboração entre as cidades.
“Até à data, a maior parte das iniciativas associadas às cidades inteligentes usa as TIC para optimizar sistemas e comportamentos existentes”, aponta Erik Kruse, responsável do Ericsson Networked Society Lab. “Em vez disso, as cidades têm de repensar as estruturas existentes para conseguirem aproveitar todo o potencial das TIC e garantir que a componente inteligente é realmente sustentável. A futura cidade da Sociedade em Rede caracteriza-se pela sua resiliência, capacidade de colaboração, participação e mobilidade, factores essenciais para garantirem que as cidades são locais atractivos, sustentáveis e cativantes”, afirma.
TIC e desenvolvimento urbano
Para analisar o nível de desenvolvimento urbano neste índice, foram tidas em conta três dimensões – social, económica e ambiental. A capital sueca alcançou o nível mais elevado nestes três parâmetros, o que, aliado a uma infra-estrutura de TIC bem desenvolvida, justifica o primeiro lugar deste ranking. Segundo o relatório, há uma a correlação positiva entre a maturidade de TIC e estas três dimensões, ou seja, uma cidade com um elevado nível de desenvolvimento urbano sustentável apresenta, normalmente, uma grande maturidade no uso das TIC. “Cidades opulentas colheram os benefícios de uma industrialização prematura, pelo que estão capacitadas para investir mais em TIC e são, em parte devido a estas pré-condições, mais eficazes no uso dos investimentos nestas tecnologias do que as economias em desenvolvimento”, explica o documento.
Olhando para o índice anterior, publicado em 2014, algumas cidades analisadas registaram uma subida considerável na tabela. É o caso de Barcelona, Istambul e Jacarta. Em contrapartida, Hong Kong, Moscovo e Dubai viram a sua posição cair alguns lugares. O relatório explica que, por norma, “as cidades com menor maturidade em termos de TIC tendem a evoluir mais rapidamente que aquelas que registam uma maior maturidade ao nível das TIC, cenário que traduz a existência de um forte efeito de recuperação”.
Para além do progresso sócio-económico, as TIC podem também contribuir para minimizar os impactos ambientais, aponta a mesma fonte.
“O planeamento de uma cidade inteligente é decisivo para o cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. As cidades serão, por exemplo, fundamentais para os avanços nas acções climáticas, para a redução dos níveis de pobreza, para o melhoramento da saúde e da educação e para a optimização da inclusão social e financeira”, lê-se.
O Networked Society City Index 2016 analisa 41 cidades do mundo, nenhuma delas em Portugal. O relatório pode ser consultado na íntegra aqui.