No Dia da Floresta Autóctone (23 de novembro), que hoje se celebra, o Politécnico de Setúbal dá início à plantação de um bosque mediterrânico no campus da instituição, situado na zona da Estefanilha. Durante a semana, serão plantados cerca de 2 mil pés de árvores e arbustos de 40 espécies, como medronheiro, zelha, aroeira, trovisco ou roselha, selecionadas para representar a flora nativa da região.
O projeto venceu o Concurso IPS Sustentável em 2022, e agora é posto em prática com o envolvimento de toda a comunidade do Politécnico, desde estudantes e professores a trabalhadores não docentes, mas também de outros parceiros, como a câmara municipal, várias juntas de freguesia, empresas e uma associação de desenvolvimento local, a Marca.
Para José Sousa, responsável pela iniciativa, o objetivo passa por “promover a educação ambiental e beneficiar de todas as vantagens que um bosque de plantas autóctones traz ao local, como a fixar carbono, melhorar a qualidade do ar e a retenção de água no solo, manter a temperatura mais amena e, claro, favorecer o bem estar das pessoas”. Simultaneamente, esta nova zona natural vai ajudar a aumentar a biodiversidade, “não só pelas plantas e espécies que se está a introduzir, mas também por toda a cadeia que surge a partir daí, como animais e insetos que depois vão surgindo naturalmente, porque estas plantas constituem abrigo e mesmo foto-alimento para alguns deles”, acrescenta o professor da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal.
Dos 1500 a 2000 metros quadrados que o bosque vai ocupar, uma parte será plantada de acordo com o método Miyawaki, criado pelo botânico e professor japonês com o mesmo nome, que preconiza a plantação de espécies nativas da região e tem inspirado o surgimento de centenas de miniflorestas urbanas por todo mundo. Mas, além desta zona com plantação mais densa, haverá também outra naturalizada, com plantas mais dispersas. “Estas duas vertentes servem igualmente como uma espécie de laboratório vivo, em que podemos acompanhar o desenvolvimento das plantas e perceber se há ou não vantagens de uma abordagem relativamente a outra”, explica José Sousa. Em ambos os casos, os custos de manutenção de um bosque autóctone como este são mínimos, passando a praticamente zero a partir do momento em que as plantas enraízem e se estabeleçam.
Depois, a ideia é transpor o conceito para outras áreas da região, como escolas pertencentes à rede Eco-Escolas ou Clubes de Ciência Viva, de modo a “passar conhecimento e tentar sensibilizar ao máximo os mais jovens para a necessidade da conservação na Natureza e a importância que ela tem no combate às alterações climáticas”.
Esta quinta-feira, a partir das 14h30, o campus do Politécnico de Setúbal recebe uma sessão simbólica de plantação de árvores e arbustos, com a presença do presidente do IPS e das direções das cinco escolas superiores da instituição, além dos diferentes parceiros da iniciativa.
Esta faz parte de um projeto mais vasto desenvolvido no Politécnico de Setúbal, que inclui, por exemplo, uma exposição itinerante sobre biodiversidade, geralmente acompanhada de uma palestra sobre o tema. Para o futuro, a equipa responsável já tem outras ações em mente, como a criação de um posto de observação para aves e de uma charca mediterrânica que ajude a trazer mais biodiversidade ao campus.