Esposende apresentou, na passada sexta-feira, os mais recentes desenvolvimentos do seu projecto de inteligência urbana, que arrancou em Setembro de 2019 e que pretende fazer deste território uma “Cidade Analítica, Resiliente, Preditiva, de Conhecimento e Educação e Criativa. Com este objectivo em mente, o município apresentou agora uma aplicação e uma plataforma Internet of Things (IoT) nas quais já é possível visualizar dados sobre o território.

Através da aplicação móvel lançada na semana passada, os munícipes podem ter acesso a informações sobre a qualidade do ar e da água, informação geográfica (SIG), resíduos ou contactos públicos. Estes e outros dados, como o cadastro de infraestruturas e pontos de interesse, são agregados na nova plataforma IoT “capaz de dar inteligência ao volume de dados em tempo real criados no território pela sensorização e aos dados das várias camadas SIG integrados no desenvolvimento de novos sistemas de informação”.

Para alimentar estas duas novas ferramentas, desde o lançamento do projecto Esposende Smartcity, foram instalados sensores por todo o território, assim como uma estação meteorológica. O município implementou também uma rede de infraestruturas de comunicações LoraWAN, que agrega os dados recolhidos através dos sensores e que, segundo a câmara municipal, é “escalável a novos casos de uso, como ambiente, mobilidade, energia, turismo, património e cultura, entre outros”.

Para além disto, a plataforma usa também dados de entidades externas, através de acordos de cooperação “formais e informais”. Segundo o município, entre as entidades que estão já a “contribuir” com a cedência dos seus dados estão a Agência Portuguesa do Ambiente, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, a Capitania e até a Academia.

Mas há ainda mais para fazer nos planos da autarquia: “No futuro, queremos lançar novos verticais na cidade, como metering de águas, a iluminação pública inteligente, os resíduos, a rega inteligente, as comunidades de energia renovável (CER), entre outros, integrando-os na plataforma IoT. Depois, queremos criar um modelo de Gestão e Operação para a cidade com base numa camada agregadora de dados e continuar a ligação ao elo cultural através de mais instalações de arte ligadas aos eixos e pilares orientadores do projecto Esposende Smartcity”.

Desta forma, a cidade espera ficar “mais próxima dos cidadãos” e capaz de responder, “de forma integrada e em tempo real”, aos “diferentes desafios urbanos, promovendo soluções inclusivas e eficientes na utilização de recursos, mas também geradora de valor acrescentado e criadora de riqueza”, explica a autarquia em comunicado.

“Lançam-se, agora, as fundações para o processo de smartcities de Esposende, na medida em que temos os dados capazes de promover um mecanismo de transformação digital, que promova a eficácia e eficiência nos recursos, através de um complexo sistema de informação, mas garantido a sua fácil percepção e o seu impacto no território”, explicou o presidente da câmara municipal de Esposende, Benjamim Pereira, durante a cerimónia da passada sexta-feira.

A arte aliada à inteligência urbana

O projecto Esposende Smartcity foi lançado em 2019 e surgiu da “necessidade de empreender uma metodologia que permita realizar a adequada gestão da informação já disponível, a par da obtenção de dados adicionais sobre o território e sobre o uso de recursos, permitindo o seu tratamento e uso de forma preditiva, proactiva e, sobretudo, eficiente”.

A iniciativa está a ser desenvolvido pela câmara municipal em parceria com a marca Mosaic, do Grupo DST, responsável pelo fornecimento das soluções tecnológicas, mas não só. Através da zetgallery, a empresa de Braga participa também na vertente mais cultural e artística da iniciativa de Esposende, dando continuidade àquela que tem sido a postura humanista e de apoio à cultura do grupo ao longo da sua existência.

Apesar da importância tecnológica da iniciativa, o projecto de Esposende aposta também na educação, cultura e criatividade, alinhando os seus cinco eixos – Cidade Analítica, Cidade Resiliente, Cidade Preditiva, Cidade de Conhecimento e Educação e Território Criativo – com os pilares da solução Mosaic – Sustentabilidade, Território, Pessoas e Arte. Para além do desenvolvimento das ferramentas tecnológicas, desta parceria, resultaram já várias instalações artísticas em Esposende, incluindo o mural “Mulheres do Mar, assinado por Vhils, e as esculturas “octo_ _ _ _”, da autoria de Pedro Tudela e Miguel Carvalhais, e “Padrão do Mar”, de Volker Schnüttgen.