Ir onde é preciso para garantir um envelhecimento activo

Num projecto que começou há já mais de seis anos, quatro técnicos municipais de Bragança levam o desporto aos idosos que vivem em zonas mais isoladas do Nordeste transmontano.

São, ao todo, cinco as localidades que os técnicos do sector do desporto da câmara municipal de Bragança visitam todas as semanas. As sessões do projecto Desporto Sénior no Meio Rural propõem-se a fomentar o convívio e a actividade física entre os munícipes das povoações mais distantes da cidade. O sucesso da iniciativa mede-se pela satisfação da população mais envelhecida do concelho, mas também pelos números. Há mais de seis anos no terreno, o projecto que leva o desporto aos mais envelhecidos conta, hoje, com mais de centena e meia de inscritos.

Se a população do município de Bragança era constituída, pela altura do recenseamento de 2011, por 23,2% de população idosa, aquilo que se passa nas freguesias mais afastadas do centro urbano conta uma história bem diferente. Não são poucos os lugares brigantinos como São Julião de Palácios, a freguesia que serviu de palco à primeira sessão do projecto, que contou com a participação de 30 residentes da localidade. À semelhança de muitas outras freguesias que o projecto visita regularmente, ali a população idosa representava, em 2011, 47,8% da população total. O isolamento populacional de algumas das freguesias de Bragança, com uma larga fatia dos seus residentes com dificuldades motoras, levou à acção camarária e ao nascimento do Desporto Sénior no Meio Rural.

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O objectivo passa por trazer até às freguesias mais isoladas os cuidados que, até então, só se encontravam com facilidade na cidade. O foco está orientado para a promoção de um envelhecimento activo, numa iniciativa que une técnicos municipais a intervir pela saúde dos mais vulneráveis, através da realização de exercícios que permitem a manutenção e o desenvolvimento das capacidades motoras, necessárias à realização da vida de todos os dias. Mas o programa acaba, também, por desempenhar um papel ao nível da coesão social, já que as actividades realizadas proporcionam, elas próprias, momentos de reunião para as populações das localidades mais isoladas.

Em 2017, segundo fonte do município de Bragança, eram 155 os inscritos no programa, que permite o usufruto de actividades como ginástica, dança, caminhada e jogos lúdicos. As sessões, com a duração de 40 minutos, decorrem semanalmente e são asseguradas por quatro técnicos municipais.

Gimonde, São Julião de Palácios, Salsas, Paçó de Rio Frio e Quintela de Lampaças. São estas as localidades que recebem as actividades destinadas à população idosa.

Para além de virar as atenções para a promoção da actividade física, o projecto organiza, igualmente, “sessões de esclarecimento sobre hábitos de vida saudáveis e prevenção de acidentes vasculares cerebrais”, contando, para isso, com a participação de uma equipa multidisciplinar, composta por nutricionistas, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e estagiários da Escola Superior de Saúde de Bragança.

“O balanço do projecto é positivo”, assegura a autarquia, ou não fossem já seis os anos que a iniciativa leva. Mas não há, para já, perspectivas de alargamento da iniciativa, “devido ao número de técnicos do município”, que se revela, actualmente, insuficiente para assegurar o abrangimento de mais localidades.