Emergency Bikes – assim se chamam as bicicletas eléctricas que Paris está, desde o mês passado, a experimentar para responder a emergências médicas na cidade. A iniciativa quer ajudar a salvar vidas oferecendo aos médicos socorristas “um modo de transporte seguro e rápido”, mesmo quando o trânsito está complicado nas ruas da capital francesa.

Naquela que é a 42ª cidade do mundo com mais congestionamento de tráfego e onde os condutores passam 163 horas por ano em filas de trânsito, segundo dados do TomTom Traffic Index referentes a 2019, qualquer minuto a menos no tempo de socorro médico pode fazer a diferença. Por esse motivo, desde o início de Setembro, os médicos socorristas de Paris podem utilizar estes veículos feitos à medida para a sua função e para escapar ao trânsito, chegando mais rápido junto de quem precisa.

Desenvolvidas pela Ecox em parceria com a agência Wunderman Thompson Paris, estas cargo-bikes azuis e brancas foram disponibilizadas em colaboração com a UMP – Urgence Médicales de Paris. Completamente adaptadas às necessidades dos médicos socorristas, os veículos dispõem de um compartimento para equipamento médico, uma caixa isotérmica, luz LED de cor azul e de longo alcance, pneus reforçados e marcações de segurança médica reflectoras nas rodas. Para além disso, cada bicicleta dispõe de um localizador GPS e uma entrada USB para conectar qualquer dispositivo.

Em Paris, o serviço de urgências recebe entre 300 a 400 chamadas telefónicas por dia, que resultam em cerca de 250 saídas de veículos de emergência, pelo que estas bicicletas tiveram de ser concebidas para realizar um elevado número de viagens urbanas. O motor eléctrico (75 Nm) e a bateria dupla (500kW) permitem uma autonomia para 160 quilómetros.

Apesar de ter ainda passado pouco tempo desde o arranque da experiência, um dos médicos socorristas participantes, Martin Méaler, admite já poupar “uma hora em transportes por dia” com a utilização da Emergency Bike, para além de poder “estacionar onde quiser”. No futuro, caso a experiência seja bem-sucedida, poderá ser alargada a outras cidades francesas, lê-se no portal do município de Paris, havendo também a possibilidade de disponibilizar o serviço a outros profissionais de saúde, tais como enfermeiros ou transportadores médicos.