Fazer frente à crise pandémica tornou-se um imperativo para as cidades e vilas europeias, colocando os governos locais e regionais debaixo de pressão. Em resposta à emergência, foram várias as soluções inteligentes e sustentáveis que surgiram no espaço urbano. O ICLEI – Local Governments for Sustainability deixa-nos alguns exemplos.

À medida que a pandemia de Covid-19 se alastra no mundo, o papel crucial que os governos locais e regionais desempenham em assegurar a saúde física, emocional e societal das suas populações é mais evidente do que nunca. As comunidades e os líderes locais foram imprescindíveis na implementação precoce de medidas de restrição, assim como no apoio aos grupos de risco e na aplicação de abordagens de mitigação dos efeitos dessas restrições junto das pessoas.

Em toda a Europa, os governos locais e regionais estão a implementar soluções inovadoras, inteligentes e sustentáveis para ajudar na adaptação ao contexto pandémico e na preparação do levantamento das medidas de restrição.

Em Glasgow, no Reino Unido, a cidade instalou sistemas de semaforização automática nas passadeiras mais utilizadas, deixando, assim, de ser necessário tocar no equipamento para atravessar a estrada em segurança. Com isso, foi possível proteger a saúde dos pedestres e, ao mesmo tempo, reduzir o risco de reaparecimento da Covid-19.

Em Helsínquia, na Finlândia, o serviço municipal de cuidados ao domicílio está a usar robots para fazer a entrega de medicamentos. Os beneficiários deste serviço podem, assim, aceder ao robot, que entrega a medicação ao paciente no horário e dosagem prescritos. O robot vai lembrar o paciente para tomar o medicamento e, se este não o fizer, recolhe o fármaco e envia um alerta para os técnicos do serviço, que entram em contacto com o paciente. Para além de proteger os pacientes do risco de contágio, esta solução permite também libertar os técnicos do serviço, que passam a ter mais tempo para atender aqueles que precisam de mais cuidados.

Outro exemplo do uso de soluções inteligentes pode ser encontrado em Espanha, onde o governo da Catalunha lançou uma aplicação que informa os utilizadores de transportes públicos sobre os níveis de ocupação dos autocarros. Desta forma, ao ter acesso a esta informação em tempo real, é possível assegurar a distância física necessária no interior dos veículos.

Cidades estão a mexer-se na mobilidade

As cidades europeias estão a dar prioridade à mobilidade activa. Glasgow e Dublin (Irlanda), por exemplo, já reduziram o número de lugares de estacionamento nas ruas, de modo a aumentar o espaço necessário para a distância física e para modos activos, como o andar a pé ou de bicicleta.

Bruxelas, na Bélgica, comprometeu-se a transformar 40 quilómetros de vias automóvel e lugares de estacionamento em vias cicláveis. Em Paris, França, a câmara municipal apresentou um novo plano para a criação de 650 quilómetros de ciclovias permanentes e temporárias.

 

Por sua vez, na cidade de Berlim, na Alemanha, foram já instalados 22 novos quilómetros de vias cicláveis. Também em Bordéus (França), a cidade está a construir 78 quilómetros de ciclovias temporárias, enquanto Roma, em Itália, aprovou 150 quilómetros de novas vias cicláveis, entre permanentes e temporárias, nos principais eixos da cidade, com vista a proporcionar a distância física e a mobilidade segura durante a pandemia.

À semelhança, Glasgow e Edimburgo (Reino Unido) lançaram um programa de bikesharing gratuito temporário. A iniciativa coloca à disposição mais de 1300 bicicletas, espalhadas por cerca de 200 estações nestas cidades, cuja utilização é gratuita durante os primeiros 30 minutos de cada viagem.

ICLEI apoia os governos locais e regionais nesta crise

Enquanto rede global que junta governos locais e regionais, o ICLEI tem estado envolvido numa grande variedade de esforços para a partilha de informação, networking e prestação de apoio técnico às administrações locais desde o início desta crise.

À medida que as escolas fecharam as portas, em muitos casos, de um dia para o outro, tornou-se evidente que a tecnologia seria central para a resiliência dos sistemas de educação. Ainda antes do despontar da crise, o ICLEI estava já a trabalhar com um conjunto de escolas e municípios, incluindo Braga, para os ajudar a tirar o máximo proveito do uso da tecnologia no ensino através do LEA Learntech Accelerator. O projecto, que terminou em Junho de 2020, resultou nalgumas conclusões sobre as últimas novidades em tecnologias de educação, assim como em recursos de formação e orientação de apoio aos governos para a compra de software educativo inovador.

Para saber mais sobre o ICLEI e como este apoia os governos locais e regionais no desenvolvimento sustentável, visite: iclei-europe.org

 

A publicação deste artigo faz parte de uma parceria entre a Smart Cities e o ICLEI – Local Governments for Sustainability.