Os Jogos Olímpicos de 2016 do Rio de Janeiro chegaram ao fim. Os atletas portugueses só trouxeram uma medalha para casa, mas garantem ter dado o seu melhor nesta competição internacional. E não foram os únicos. Nas ruas da Cidade Maravilhosa, uma tecnologia portuguesa deu também ar de sua graça: Os TOMIs – uma espécie de quiosque digital e interactivo – ocuparam o Calçadão e espalharam informações sobre os desportos em competição nas Olimpíadas. Para a empresa de Viseu, chegar aos cinco continentes parece ser o limite, isto sem esquecer o desenvolvimento de mais funcionalidades que acrescentem cada vez mais valor às cidades.

A rede de TOMIs (Total Outdoor Media Interaction) do Rio de Janeiro foi inaugurada em Junho deste e está concessionada até 2030. Os Jogos Olímpicos foram a primeira prova de fogo da tecnologia lusa na cidade brasileira e o balanço foi positivo: em duas semanas, foram contabilizadas mais de 1,7 milhões de visualizações dos diferentes conteúdos disponibilizados pelos TOMIs. Em cada um dos terminais, foi possível encontrar informação sobre as diferentes modalidades, indicações com os melhores acessos aos recintos olímpicos, as últimas notícias e ainda a agenda para cada dia.

Mas a abrangência dos TOMI pretende ir muito além dos eventos desportivos, contribuindo para a criação de valor nas cidades e tirando partido do potencial da desmaterialização dos processos do quotidiano dos cidadãos a vários níveis e em diversas áreas de actividade. “O TOMI tem como missão recolher e difundir, de forma integrada, a informação que hoje existe nas cidades, valorizando a qualidade de vida dos seus habitantes e a experiência de quem as visita”, esclarece José Agostinho, CEO da TOMI World, sublinhando o objectivo da tecnologia: “contribuir para a sustentabilidade das cidades, optimizando a mobilidade urbana, apoiando cidadãos e visitantes através do fornecimento de informações úteis, tais como notícias locais, novidades da agenda cultural, opções sobre transportes públicos, entre outras”.

Deste lado do oceano Atlântico, em Portugal, são já 200 os TOMIs instalados, cobrindo 50% do território nacional. “Portugal é o primeiro TOMI Smart Country do mundo”, exclama o empresário. Só na cidade de Lisboa, é possível encontrar 55 destas plataformas digitais e interactivas, com secções de notícias, agenda, directório e transportes e ainda uma área “Fun Zone” para ferramentas multimédia de City Marketing. Na rede nacional, existem ainda 79 TOMIs no Norte do país, 22 na Região Centro e 49 no Algarve. Segundo José Agostinho, é provável que estes números cresçam em breve, já que, garante, as cidades que ainda não têm estes dispositivos, têm procurado a empresa, no sentido de integrarem a rede nacional.

“Colocados em locais estratégicos, [os TOMIs] são equipamentos interactivos em rede e que se apresentam como uma solução tecnológica única e pioneira à escala mundial. Na era da partilha e da comunicação global, o TOMI permite a interacção com qualquer dispositivo móvel, dispondo de funcionalidades que facilitam o dia-a-dia das pessoas”, explica.

Fundada em 2011, em Viseu, a TOMI World conta, na sua bagagem, com seis anos de investigação e quatro de operação nas ruas. Em Fevereiro último, a empresa recebeu uma distinção da FEPE Internacional, reconhecendo a inovação tecnológica dos seus equipamentos, mas a intenção é que estes estejam em “constante progresso e inovação”, conta José Agostinho. Para caminhar nesse sentido, os portugueses têm previsto um plano total de investimento superior a quatro milhões de euros para os próximos dois anos, inteiramente dedicado à Inovação, Investigação, Desenvolvimento e Internacionalização. “Pretendemos dar continuidade ao trabalho de desenvolvimento tecnológico da plataforma, adicionar mais funcionalidades às redes existentes e instalar novas redes em todo o mundo”, avança o CEO.

A internacionalização, explica José Agostinho, vai também ser importante no desenvolvimento de novas funcionalidades – “Em todas as redes, aprendemos e inovamos constantemente. Através de um conceito de evolução solidária, aplicamos este conhecimento onde já temos redes instaladas e no nosso processo de expansão à escala global, nos cinco continentes”. Um exemplo disso está também no Rio de Janeiro, onde, terminados os Jogos Olímpicos, os TOMIs vão passar a disponibilizar informações como o índice de protecção solar, tendo em conta a incidência de raios ultravioleta (UV), e a qualidade da água do mar para uso recreativo, para além dos conteúdos tradicionais da plataforma.

Por todos estes motivos, as cidades inteligentes não podiam deixar de fazer parte das ambições da empresa de Viseu. “As smart cities são um novo paradigma para o qual todas as cidades estão a tentar evoluir. O crescimento sustentável e o aumento da competitividade através da utilização de novas tecnologias que permitam atingir estes objectivos, são preocupações constantes das cidades do séc. XXI. Os cidadãos estão no centro desta realidade, onde todas estas evoluções estão a ser realizadas para aumentar o seu bem-estar em áreas fundamentais como a mobilidade, maior diálogo entre os gestores das cidades e quem nelas habita, melhoria das condições ambientais e do contexto económico, utilização de várias tecnologias para que a vida nas cidades se torne mais simples, atractiva e sustentável”, conclui.