Como seria viver numa cidade realmente sustentável? Durante dois dias, 16 e 17 de Setembro, o Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, promete dar vida ao conceito, ao receber a “Cidade do Zero”, uma iniciativa onde a sustentabilidade se cruza com as áreas da educação, alimentação, mobilidade e consumo.
A ideia materializa-se ao longo deste fim-de-semana, através de workshops, palestras, debates, showcookings, oficinas e um mercado, distribuídos por 3.500 metros quadrados, entre espaços ao ar livre e salas de eventos, todos com entrada gratuita. Trata-se da segunda edição de um evento que pretende ser “ponto de encontro de pessoas, projectos e marcas que têm em comum um modo de vida mais sustentável”.
Depois do Pavilhão do Conhecimento, onde esteve no ano passado, a iniciativa muda-se agora para o CCB com várias novidades na bagagem, como um horário alargado (das 10h00 às 22h00), mais actividades para crianças e maior lotação nas zonas de workshops e palestras. Mais uma vez, a organização é de Catarina Barreiros, fundadora do projeto “Do Zero”, a par com o marido, João Barreiros. Juntos, dão corpo e alma a uma iniciativa “que nasceu de uma enorme necessidade de esperança num mundo melhor”. “Quando reunimos marcas, pessoas e projetos que têm em comum o objetivo de criar um mundo mais justo e sustentável, sentimos que não estamos sozinhos”, acrescentam em comunicado.
O programa de palestras e debates, mais de 60, está dividido por várias salas e outros espaços, cada uma com temas e áreas específicas, como Circularidade, Urbanismo e Arquitectura Sustentável; Saúde e Resiliência Climática; ou Alimentação, Pradarias marinhas e Conservação dos oceanos. Haverá ainda um “Bairro das Finanças”, com mesas redondas e sessões sobre Energia Descentralizada e Renovável, além de zonas de workshops e oficinas, dedicadas, por exemplo, às “Hortas” ou ao “Tangimento Natural”. Já os mais novos terão direito a uma área infantil, onde poderão fazer trabalhos manuais, ouvir histórias sobre ecologia e participar em actividades de reciclagem.
Esta cidade sustentável, inclusiva e pet friendly integra, igualmente, um mercado exterior com mais de 120 bancas (quase o dobro da primeira edição), exclusivamente ocupadas por marcas nacionais e que privilegiam princípios como a produção ética, o impacto social e a circularidade. Aqui, também não faltam espaços de trocas (como livros ou bicicletas), oficinas de reparação e um mercado de usados.
Este ano, a zona de alimentação conta com 13 espaços – três restaurantes para refeições completas e 10 para refeições leves e snacks –, todos com recipientes reutilizáveis e rastreáveis. É também por lá que acontecem as sessões de showcooking, realizados ao longo dos dois dias do evento. Para encerrar o evento, no domingo, está previsto um espectáculo de stand-up comedy, em que Joana Gama desafia três humoristas para “conversas improváveis”.
Auto-intitulada como “a cidade mais sustentável e inclusiva do país”, a iniciativa (sem fins lucrativos) faz questão de ter “um impacto ambiental praticamente neutro” e manter “o compromisso de utilizar apenas materiais que já estejam produzidos, ou cuja produção já esteja planeada, apostando ainda em materiais nacionais, renováveis e reciclados”. Por exemplo, as bancas terão madeira nacional de florestas certificadas (usada mais tarde para cofragens de obra), enquanto os espaços de ensombramento serão feitos com instalações de arte e materiais reutilizados, o mesmo acontecendo com o mobiliário de exterior do evento.