Viajar nos transportes públicos do país com um único bilhete é a missão, há muito reclamada pelos utilizadores de transportes públicos, do projecto 1Bilhete.pt. A iniciativa, apresentada na passada sexta-feira em Coimbra, vai representar um investimento de 2,7 milhões de euros e arranca nas duas áreas metropolitanas, sendo que a sua disseminação pelo país vai depender da adesão das entidades competentes.

Criar uma plataforma de bilhética intermodal de abrangência nacional que permita, com um único cartão, viajar nos vários operadores de transportes públicos do país é a proposta do 1Bilhete.pt. O protocolo para o projecto foi assinado na última sexta-feira, em Coimbra, entre o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), os Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) e os Transportes Intermodais do Porto (TIP).

Numa cerimónia que contou com a presença de Jorge Delgado, secretário de Estado da Mobilidade Urbana, ficou a saber-se que o 1Bilhete.pt vai representar um investimento de 2,7 milhões de euros, com vista a “compatibilizar os tarifários das diferentes regiões” do país, começando pelas duas áreas metropolitanas. Já a disseminação da plataforma pelo resto do território nacional dependerá da adesão das entidades competentes em matéria de sistemas de bilhética, explica o portal oficial do projecto.

Numa primeira fase, prevista para o quarto trimestre deste ano, será assegurada a interoperabilidade entre os sistemas de bilhética clássica da Área Metropolitana de Lisboa e da do Porto. Para isso, serão criadas as “condições tecnológicas necessárias”, nomeadamente a partir da capacitação dos equipamentos de venda e carregamento e de validação e fiscalização. Desta forma, os cartões Navegante (Lisboa) e Andante (Porto) passarão a funcionar de forma interoperável.

Também na bilhética móvel haverá melhorias, isto porque o projecto prevê a capacitação das autoridades de transporte para o desenvolvimento de aplicações que suportem os títulos de viagem. A partir do primeiro semestre de 2024, prevê-se também que os smartphones possam funcionar como ponto de venda e de carregamento, já que, entre as funcionalidades pensadas para as aplicações, está a possibilidade de carregamento dos cartões físicos com viagens das diferentes redes de transporte nacionais.

Já durante o segundo semestre do próximo ano, o projecto vai focar-se na bilhética aberta em cartões bancários de crédito e de débito. Para essa altura, está prevista a definição e homologação de uma arquitectura de referência “de forma a permitir a contratação públicas pelas diversas regiões do país de soluções deste tipo”, avança o portal do Governo.

“O primeiro passo que estamos a dar é ao nível do suporte físico; é resolver o problema de ter apenas um tipo de suporte para viajar em qualquer ponto do país, seja ele um cartão, seja ele uma aplicação, um telemóvel, seja até a utilização do cartão bancário”, afirmou Jorge Delgado. “Conseguimos, a partir de hoje [10 de Fevereiro], assumir, entre todos, que vamos trabalhar para que a base da plataforma seja rigorosamente a mesma e que não tenhamos desculpa para não desenvolver produtos integrados de tarifário, porque as plataformas não funcionam ou porque não são compatíveis. Feito isto, depende sempre depois das políticas que quisermos desenvolver com o seu tarifário.”

O 1Bilhete.pt é supervisionado pelo IMT, que terá como responsabilidade promover o envolvimento das diversas autoridades dos transportes. O desenvolvimento tecnológico da plataforma ficará a cargo da TML e dos TIP.