Ao longo de três anos de existência, o Projecto de Eficiência Hídrica associado à Águas da Região de Aveiro (AdRa), o primeiro a nível nacional a implementar contratos com remuneração por desempenho, já permitiu evitar o desperdício de mais de 5,8 milhões de litros de água. Os dados foram avançados na semana passada pela empresa INDAQUA, que colabora no projecto.

Em 2021, “pela primeira vez, e na globalidade da região onde está presente, [a AdRa alcançou] valores de perdas de água ao nível do objectivo nacional – 20% no indicador de Água Não Facturada”, isto é de água desperdiçada anualmente depois de entrar na rede de abastecimento, sublinha a INDAQUA, empresa que gere sistemas de abastecimento de água para consumo humano e de saneamento de águas residuais.

De acordo com a INDAQUA, este mínimo histórico para a AdRa – e abaixo da média do país (30%) – é fruto do Projecto de Eficiência Energética, iniciado pelas duas entidades em 2019 tendo em vista o aumento da eficiência hídrica na região de Aveiro

Neste projecto, “que foi inovador a nível nacional” pelo recurso a um “modelo de remuneração por desempenho”, os parceiros envolvidos no processo de redução de perdas recebem o pagamento “quando os objectivos definidos [numa base anual] são efectivamente alcançados”, refere a INDAQUA. Nos primeiros dois anos, essa meta foi ultrapassada em mais de 200%, e, em três anos, a iniciativa já permitiu uma poupança acumulada de 5,8 milhões de litros de água.

Esta poupança total, até ao momento, traduz-se na eliminação de 36% das perdas de água que existiam ao longo da rede de abastecimento, o equivalente para abastecer o território durante quatro meses. “Os resultados já alcançados, neste que foi o primeiro projecto deste género a nível nacional, vêm demonstrar as virtudes dos contratos com remuneração por desempenho também na área da eficiência hídrica”, refere, em comunicado, Pedro Perdigão, CEO do Grupo INDAQUA. 

Na perspectiva do responsável, estes contratos “possibilitam, com valores mínimos de investimento por parte das entidades gestoras, acelerar projectos que, de outra forma, demorariam décadas a ser implementados”, conclui. 

A INDAQUA, que serve mais de 600 mil pessoas no âmbito das concessões municipais em Portugal, acrescenta ainda que o Projecto de Eficiência Energética prevê poupanças que ascenderão “aos 8 milhões de metros cúbicos de água”, até 2023.