Reunir, num repositório on-line, iniciativas de inteligência artificial (IA) que estão a ser desenvolvidas ou implementadas em cidades de todo o mundo, reconhecendo os esforços destas localidades no sentido da automatização e da digitalização. É este o objectivo do novo atlas, lançado em Julho, pelo Observatório Global de Inteligência Artificial Urbana, que convida os municípios a darem o seu contributo.

Com o crescente protagonismo de tecnologias emergentes como a IA, que “modificam a forma como percepcionamos, habitamos e organizamos a cidade”, surge a possibilidade de “incorporar a IA como ferramenta para analisar e desenhar políticas urbanas e infraestruturas”. Quem o diz é o Centro de Assuntos Internacionais de Barcelona, que, em conjunto com as cidades de Barcelona, Amesterdão e Londres e com o apoio do UN-Habitat, lançou, no ano passado, o Observatório Global de Inteligência Artificial Urbana, com o objectivo de “encorajar a implementação ética e democrática de algoritmos nas cidades”, através da investigação e monitorização de boas práticas. 

Passado um ano, esse mesmo Observatório lança um Atlas de Inteligência Artificial Urbana. Trata-se de um repositório, a nível global, de projectos de IA desenvolvidos por cidades que estão empenhadas em desenvolver a automatização e digitalização. Além de ter como objectivo a compilação e o reconhecimento de diversas iniciativas, pretende “tornar-se o ponto focal para investigadores, decisores políticos e para o público geral interessado em IA”, refere o Observatório.

Como tal, o atlas apresenta projectos que passam pelo crivo dos padrões éticos mínimos do Observatório e que se enquadram em, pelo menos, um dos seguintes sectores: Justiça e Não-discriminação, Transparência e Abertura, Segurança e Cibersegurança, Protecção da privacidade, Sustentabilidade, Imputabilidade. Além da categorização por macro-sectores, os projectos são também acompanhados por uma classificação sub-sectorial, por uma descrição, pela respectiva localização geográfica, pelo contacto, e ainda por informações mais gerais como a população e o PIB per capita da cidade em questão.

Segundo o Observatório, a maior parte dos projectos “pertence às cidades da Coligação de Cidades pelos Direitos Digitais [rede com mais de 45 cidades]”, que o Observatório integra. No entanto, iniciativas de outras cidades que não sejam membros também são incluídas quando a “relevância [dos projectos]” assim justifica. E o objectivo é que a comunidade continue a crescer, refere o Observatório, que convida os municípios à volta do mundo a darem a conhecer “os projectos de IA urbana éticos que estão a desenvolver”.