Portugal quer “retirar carros das ruas”, “devolver espaço público” e reduzir os níveis de poluição – é esta a mensagem transmitida pela aprovação, em Conselho de Ministros do passado dia 4 de Julho, da Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa Ciclável (ENMAC) 2020-2030, integrada nas políticas de mobilidade nacionais para a próxima década. A estratégia prevê, no total, a construção de 10 mil quilómetros de ciclovias.

Em comunicado, o Conselho de Ministros do passado 4 de Julho anunciou a aprovação de um compromisso para a mobilidade ciclável “para a próxima década e independente dos ciclos políticos”. Enquanto bandeira estratégica nacional para a promoção da utilização da bicicleta nas deslocações dos portugueses, a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável apresenta como objectivo a promoção de “hábitos de vida mais saudáveis”.

A aprovação da estratégia vincula o Estado em matéria de construção de ciclovias, e conta, entre outros, com 300 milhões de euros do programa Portugal Ciclável para concretizar o crescimento do número de quilómetros de vias dedicadas a bicicletas. Este programa possibilitará a construção de mil dos 8 mil novos quilómetros de ciclovias previstos.

Como havia já sido noticiado pela Smart Cities, em Abril, objectivo da ENMAC passa por alcançar, até 2030, 10 mil quilómetros de ciclovias no território nacional. Faz, ainda, parte das intenções definidas pela estratégia governamental chegar a 7,5% de deslocações em bicicleta no território nacional, valor idêntico à actual média europeia e largamente superior ao valor nacional actual – de 1%. A aprovação da estratégia oficializa o compromisso de “colocar Portugal ao nível de outros países”, onde a prática de utilização da bicicleta enquanto meio de transporte se encontra já enraizada.

A construção desta estratégia foi sujeita a um processo de participação cívica, que envolveu a sociedade civil e que, agora, se propõe a colocar mais bicicletas nas ruas portuguesas, “permitindo maximizar benefícios para a saúde das populações, retirar carros das ruas, devolver espaço público, aliviar o congestionamento urbano, baixar os níveis de ruído e reduzir a poluição atmosférica”, esclarece o Conselho de Ministros no seu comunicado.