Perante o cenário de pandemia e a necessidade de reduzir as aglomerações no sistema de transportes públicos, a cidade colombiana de Bogotá avançou com a criação de 76 quilómetros (km) de ciclovias temporárias. A medida, em vigor desde terça-feira, já contribuiu para uma redução de 42% no volume de passageiros transportados.

Com mais de 7 milhões de habitantes e perante a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que aponta a necessidade de manter o distanciamento social possível, a capital colombiana criou um plano de acção para libertar espaço na rede de transportes públicos. Assim, Bogotá decidiu criar 76 km de ciclovias temporárias, percorrendo alguns dos eixos principais da cidade e juntando-se aos 550 km de rede ciclável já existente. A medida começou a ganhar forma no passado domingo, altura em que foram anunciados 22 quilómetros de ciclovias temporárias, tendo depois sido alargada para os actuais 76 quilómetros. A implementação no terreno, dos percursos cicláveis temporários aconteceu nesta terça-feira.

 

Na sua conta de Twitter, a presidenta de câmara municipal de Bogotá, Claudia López, deu ontem conta de um alívio sucessivo do Transmilenio, o serviço de autocarros rápidos (BRT) que percorre a cidade capital da Colômbia. Entre a passada sexta-feira, dia 13 de Março, e esta quarta-feira, dia 18, Claudia López anunciou uma redução nos níveis de utilização da rede de autocarros de 42%.

A rede de ciclovias temporárias encontra-se implementada em eixos estruturantes da cidade, outrora ocupados por tráfego automóvel, e funciona entre as 6 horas da manhã e as 19h30.

O governo local de Bogotá apela assim, em tempo de pandemia global do novo coronavírus (covid-19), à utilização da bicicleta como meio de transporte, considerando-a “uma das alternativas mais higiénicas para as deslocações, já que evita contactos próximos e aglomerações”. O plano inicial da autarquia era ainda mais ambicioso, prevendo a abertura de 117 km de ciclovias temporárias. Foi, depois, ajustado em função da avaliação dos fluxos de tráfego registados nas estradas da capital colombiana.

A ideia está também em cima da mesa da câmara municipal da Cidade do México. Esta quinta-feira, a alcaldesa de la bicicleta da cidade, Areli Carreón, apresentou uma proposta para a criação de ciclovias temporárias no âmbito do plano de contingência para a Covid-19 na capital mexicana, seguindo, assim, as recomendações da iniciativa internacional TUMI, que apela a uma maior utilização da bicicleta como modo de deslocação em detrimento do uso dos transportes públicos para evitar o contágio. Recorde-se que a Cidade do México está entre as cinco megacidades mais populadas do mundo, com mais de 21 milhões de habitantes.

 

Foto: © Alcaldía Mayor de Bogotá