Num evento rodeado de secretismo, foi ontem lançada a ApMobi – Associação Portuguesa para a Mobilidade, uma organização que nasceu a partir “de um grupo de motoristas de Lisboa e do Porto” com o objectivo de “modernizar” o sector dos táxis, trazendo-lhe “influência digital” e preços mais competitivos. Entre as reivindicações iniciais da associação, que tem como co-fundador Pedro Pinto, director geral da mytaxi Portugal, está a flexibilização dos limites geográficos de operação dos veículos em serviço de táxi, promovendo a ideia de os veículos passarem a poder “circular livremente” dentro das comunidades intermunicipais ou das áreas metropolitanas.
A ApMobi foi ontem lançada, num evento que decorreu em Lisboa. Perante os jornalistas presentes, a associação apresentou-se através de três dos quatro membros fundadores, entre os quais Pedro Pinto, director para Portugal da plataforma digital de táxis mytaxi – conhecida pela aplicação móvel que permite requisitar viagens de táxi de forma idêntica à de operadores privados como a Uber ou a Bolt (anteriormente denominada Taxify).
A nova associação anunciou querer “modernizar” o sector dos táxis em Portugal e apresentou, desde logo, algumas reivindicações: a flexibilização e simplificação das tarifas, a regulamentação das licenças e a flexibilização das fronteiras geográficas de operação. A escassez do número de táxis na frota em concelhos como Sintra, ou em aeroportos, como acontece no caso do aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, com uma frota específica de 44 veículos, foi utilizada como exemplo para pedir a “liberalização” da circulação dos táxis, permitindo que estes veículos “possam movimentar-se livremente” dentro das áreas metropolitanas, ao contrário daquilo que hoje a legislação em vigor permite, contou aos jornalistas Pedro Pinto.
A ApMobi apresenta-se como “uma nova geração de motoristas de táxi que encara a mobilidade de forma diferente”, abraçando a “influência digital” que hoje marca o ecossistema de mobilidade urbana. Nasceu a partir de “um movimento de motoristas, depois de uma petição” que ainda circula e que pede a “modernização real” do sector, para “competir com os TVDE” – os serviços, como a Uber ou Bolt, de transporte de passageiros em veículos descaracterizados e a partir de plataformas electrónicas.
Ao gestor da plataforma digital de táxis, juntaram-se Ricardo Aivado, da região do Algarve, Carlos Moreira, da cidade do Porto, e outro elemento fundador da associação, da região de Lisboa, não presente na apresentação.
Para “combater o estigma do táxi”, a associação, que diz “representar uma nova geração de motoristas” e está agora a dar os primeiros passos, quer mudar as regras e pede a alteração da legislação actual. Para além de pretender a “flexibilização das fronteiras geográfias”, a associação procura “simplificar tarifas”, reduzindo preços e melhorando os “tempos de resposta” aos clientes. A associação procura, agora, novos associados e pretende integrar “discussões regulatórias” e entrar em diálogo com as entidades reguladoras e o poder político.