Outrora vista como uma das mais violentas cidades do mundo, hoje Medellín está diferente. A transformação urbana e social que a cidade tem vindo a sofrer conseguiu alterar por completo a sua reputação, sendo hoje exemplo a seguir em vários domínios. Vai, agora, transformar-se num laboratório vivo de boas práticas, para a troca de experiências e conhecimentos entre mais de 35 cidades, em matérias como segurança e resiliência.
Naquele que será o primeiro laboratório vivo da Colômbia, a cidade sul-americana vai receber representantes de vários países interessados em conhecer as estratégias ali adoptadas. O Medellín Lab, organizado pelo Banco Mundial, o USAID, a rede 100 Cidades Resilientes da fundação Rockefeller, a alcaldía (câmara municipal) de Medellín e a agência de cooperação e investimento da cidade, vai realizar-se de 29 de Maio a 2 de Junho e servirá de plataforma de lançamento para a rede de cidades seguras do Banco Mundial. O evento vai contar com a participação de representantes de países como Estados Unidos da América, México, Argentina, Brasil, Chile, República Dominicana, El Salvador, Guatemala, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Venezuela, Uruguai e Colômbia.
Os participantes terão a oportunidade de testemunhar, in loco, as soluções adoptadas pelas autoridades de Medellín, que conduziram ao significativo decréscimo da violência e da pobreza, à diminuição do abandono escolar e à mobilidade dos cidadãos, com os teleféricos e escadas rolantes instaladas nas encostas densamente povoadas da cidade como exemplos paradigmáticos.
O Medellín Lab, sendo um laboratório vivo, terá lugar em vários lugares e bairros da cidade, onde as estratégias adoptadas em matéria de segurança são mais visíveis – caso, por exemplo, do metro de Medellín, para o qual foi desenvolvido um modelo de gestão educacional e social, que promove o bom uso e o respeito por este meio de transporte (La Cultura Metro).
São vários os programas implementados pela cidade, tendo em vista o aumento da segurança e a melhoria da qualidade de vida da população residente. Um dos mais emblemáticos é o Medellín Solidaria, que procura ajudar famílias em condições de pobreza extrema, oferecendo-lhes oportunidades de inclusão social. Até 2015, este programa tinha ajudado mais de 238 mil pessoas.
São precisamente estes programas e estas estratégias, já com provas visíveis, tanto nos indicadores mais recentes como nas próprias ruas da cidade, que vão ser alvo de observação e discussão, numa lógica de partilha dos obstáculos enfrentados e dos progressos alcançados pela cidade colombiana.