No caminho para a descarbonização, 2050 tem sido o horizonte temporal mais apontado por aqueles que se comprometem com o objectivo da neutralidade carbónica. Mas há também quem queira acelerar o processo. É o caso de Turku, na Finlândia, que quer fazê-lo até 2029.
A estratégia foi aprovada pela cidade em Abril deste ano e contempla inovações profundas nos sistemas energético e de transporte, mas também no modo como funciona a própria cidade, as empresas e a sociedade civil. A utilização de carvão na produção energética pára em 2025 e as emissões de gases com efeito de estufa, resultantes das deslocações na cidade, devem passar para metade, relativamente aos valores mais actuais.
Para alcançar o ambicioso objectivo da neutralidade carbónica, a cidade do Sudoeste finlandês, de aproximadamente 190 mil habitantes, conta com apoio governamental e com o apoio das empresas de energia locais, a Turku Energia and Turun Seudun Energiantuotanto Oy, na preparação, por exemplo, do plano climático da cidade, que prevê a análise dos riscos climáticos e a adaptação às alterações climáticas, e nos primeiros passos para a produção de energia livre de carvão.
No sistema energético da cidade, a sustentabilidade é procurada através da poupança no consumo, mas também na utilização do potencial da região em relação à diversificação das fontes de energia e de armazenamento.
Já no campo da mobilidade, o esforço de Turku orienta-se para uma cultura de sustentabilidade, privilegiando-se as deslocações a pé e de bicicleta, através da implementação de melhores condições de acesso e segurança para os modos suaves. Os transportes públicos da cidade vão transformar-se para alcançarem, também eles, a neutralidade carbónica.
Mas nem só de medidas novas se servirá Turku para alcançar o ambicioso objectivo a que se propôs; também as florestas e as áreas verdes da cidade tomam parte do plano, impedindo a entrada de gases com efeito de estufa e ajudando a neutralizar o efeito de fortes precipitações, ao servirem, também, enquanto bacias de retenção de águas pluviais, num território urbano que é caracterizado – como os restantes – pelos solos impermeabilizados.