O município da margem Sul do Tejo está a implementar 17 projectos de inovação tecnológica, com vista a tornar-se um Laboratório Vivo para a Descarbonização.
Mobilidade, economia circular, ambiente, habitação e energia. Estes são os cinco domínios sobre os quais vai incidir o Laboratório Vivo para a Descarbonização (LVpD) da Baía do Seixal. O município da margem Sul do Tejo foi um dos que recebeu luz verde do Fundo Ambiental para avançar com o programa nacional, cujo propósito é promover a descarbonização das cidades portuguesas.
Depois da assinatura do contrato no início de Abril, o LVpD seixalense está a avançar com 17 projectos, tendo como foco central melhorar a qualidade de vida e dinamizar, através de um conceito de smart city, a zona ribeirinha do Seixal e comunidades limítrofes, garantindo, segundo a autarquia, impactos positivos em termos ambientais, sociais e económicos. Em termos ambientais, a iniciativa pretende alertar para a utilização de energias verdes, através da educação e sensibilização e do desenvolvimento humano e económico. Já em termos sociais, o intuito é o de alertar para o comportamento dos cidadãos, de modo a que este se torne, dia após dia, cada vez mais “amigo do ambiente”, numa total harmonia entre o tempo de lazer e as actividades sociais que, com o programa, se espera que sejam desenvolvidas na zona ribeirinha e nos centros históricos, e onde o pólo agregador é a temática das tecnologias do ecossistema. A nível económico, e com o incremento de visitantes, não só nacionais, mas também internacionais, é esperada uma forte dinamização da economia local, bem como o surgimento de novas oportunidades de negócio cujo foco sejam as tecnologias de descarbonização, demonstradas e expostas no ecossistema.
Entre os 17 projectos está pensado um comboio eléctrico, totalmente movido a energia solar, que tem como objectivo mitigar o impacto das deslocações em automóvel próprio, com inegável prejuízo para o ambiente em termos de emissões de gases com efeito de estufa. Outro dos exemplos a desenvolver será um restaurante verde, onde as refeições serão cozinhadas em fornos solares, ou seja, dispositivos que utilizam apenas a luz solar para confecção de alimentos. De destacar ainda o sistema de monitorização e informação do ecossistema, a sala de emissões zero, uma exposição subordinada ao tema da inovação tecnológica e descarbonização, postos de carregamentos para veículos eléctricos, iluminação do espaço público através da tecnologia LED e, nos imóveis junto à Baía do Seixal, 200 contadores de água inteligentes.
Para o presidente da câmara municipal do Seixal, Joaquim Santos, “a criação deste Laboratório Vivo para a Descarbonização no concelho do Seixal será um forte impulso à concretização das várias ideias de iniciativas inovadoras, algumas das quais estão há muito pensadas e previstas pelo município e que têm agora a possibilidade de ser implementadas”.
O Seixal foi uma das 12 cidades escolhidas para a implementação do Laboratório Vivo para a Descarbonização. Para além do concelho, este projecto será desenvolvido também em Almada, Águeda, Matosinhos, Figueira da Foz, Maia, Évora, Loulé, Mafra, Alenquer, Barcelos e Braga. No total, foram 35 os municípios candidatos a acolher o programa. O Fundo Ambiental “tem por finalidade apoiar políticas ambientais para a prossecução dos objectivos do desenvolvimento sustentável, contribuindo para o cumprimento dos objectivos e compromissos nacionais e internacionais, designadamente os relativos às alterações climáticas, aos recursos hídricos, aos resíduos e à conservação da natureza e biodiversidade”. Esta é uma forma de o poder local estimular a comunidade para os novos desafios, chamando os cidadãos para a problemática das alterações climáticas. Os munícipes tornam-se, assim, veículos de promoção de comportamentos e equipamentos sustentáveis.
Para além do LVpD, o município do Seixal integra, também e desde 2011, o Pacto de Autarcas e encontra-se a empreender as 41 medidas do Plano de Acção para a Energia Sustentável (PAES), numa parceria com a Agência Municipal de Energia do Seixal (AMESEIXAL). O objectivo do programa é implementar e fomentar a utilização de energias provenientes de fontes renováveis, ao mesmo tempo que promove a racionalização dos usos energéticos. Desde que começou a ser concretizado, o PAES já permitiu obter um decréscimo de 33% no uso de energia no concelho seixalense (entre os anos de 2007 e 2015), o que se traduz numa diminuição em 45% das emissões de dióxido de carbono (CO2), resultados suplantam as metas definidas para 2020. De destacar ainda que, em 2015, do total de consumo energético, 34,5% disse respeito a electricidade. Desse valor, mais de 50% teve proveniência de fontes renováveis, permitindo assim um contributo de quase 18% de energias renováveis no balanço energético do concelho.
Os 17 projectos do Laboratório Vivo para a Descarbonização do Seixal
1. Iluminação pública inteligente
2. Contadores de água inteligentes
3. Comboio eléctrico e energia renovável
4. Equipamentos eléctricos de mobilidade
individual
5. Estacionamento inteligente de veículos eléctricos
6. Pontos de carregamento eléctrico
7. Chapéus-de-sol fotovoltaicos
8. Mini eólicas
9. Armazenamento de energia
10. Rede inteligente
11. Eco-restaurante
12. Cozinha solar
13. Sala de emissões zero (Centro de monitorização e informação de ecossistema)
14. Ecoponto inteligente
15. Exposição viva da inovação para a tecnologia para a descarbonização
16. Base de dados e sistema de informação
de ecossistema
17. Portal do ecossistema