Adoptou o nome do rio da cidade onde nasceu, Rio Mondego, e vai servir-se de cinco sensores instalados ao longo do caudal para obter informação sobre o nível das águas e as suas flutuações, disponibilizando-a, em tempo real, através de um sítio web. O projecto, desenvolvido por uma start-up local, constituída por três estudantes do departamento de Engenharia Electrotécnica e Computadores da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra, foi apresentado a semana passada em Coimbra.

A solução tira partido da rede de dados móveis para enviar a informação recolhida para um serviço em cloud. A leitura da informação é, depois, feita com recurso a um sensor ultrassónico, através de uma tecnologia idêntica àquela que é usada em sensores para estacionamento automóvel. Os cinco sensores IoT (Internet of Things) encontram-se instalados em cinco pontos distintos, de modo a tornar mais eficaz a resposta em caso de cheias.

A motivação para o desenvolvimento desta solução surgiu, precisamente, há um ano, quando um dos piores episódios de cheias verificados em Coimbra causou prejuízos estimados em 2,5 milhões de euros.

Os dados recolhidos pelos sensores são alvo de análise através de inteligência artificial, sendo esperado que, à medida que a informação recolhida se vá acumulando, seja também melhorada a precisão das previsões, tornando-se cada vez mais fácil calcular a probabilidade e prever a ocorrência de cheias com antecedência. Os dados deverão ficar disponíveis para consulta, brevemente, em www.riomondego.com.

Para além de poder funcionar como alerta para a eventualidade de cheias, a solução apresentada pelo projecto Rio Mondego pode ser igualmente aplicada à monitorização de reservatórios de água, albufeiras e barragens.

Este projecto conta, desde o final do ano passado, com a incubação do Vodafone Power Lab, que apoia várias start-ups, com a cedência de espaço, em ambiente de coworking, e com sessões de formação e mentoria.