O envolvimento dos cidadãos no processo de investigação científica da qualidade do ar melhora os níveis de compreensão de como a poluição atmosférica afecta a saúde humana. A conclusão é de um estudo recém-publicado da Universidade de Surrey, em Inglaterra.
Investigadores do Global Centre for Clean Air Research (GCARE), em parceria com o Fab Lab do Instituto de Arquitectura Avançada da Catalunha (IAAC), a aceleradora Connected Places Catapult e a consultora T6 Ecosystems, chegaram à conclusão de que a introdução de uma abordagem científica orientada para o cidadão permite o envolvimento e a participação das pessoas no processo de investigação. A participação das pessoas na identificação de problemas de pesquisa, metodologias e conclusões, em colaboração com os investigadores, contribui para a melhoria do entendimento das consequências da exposição a diferentes níveis de poluição, conclui o estudo, divulgado na publicação científica internacional Sustainable Cities and Society (SCS), dedicada à compreensão e promoção de cidades ambientalmente sustentáveis e socialmente resilientes. Estas são conclusões presentes no recém-publicado estudo A Citizen Science Approach for Enhancing Public Understanding of Air Pollution.
Para estudar a influência da participação cívica nos processos de investigação científica, ao nível da percepção das consequências da exposição à poluição atmosférica, a estratégia dos investigadores do GCARE focou-se em três ideias base: a inclusão, envolvendo públicos de diferentes géneros, idades e grupos étnicos em workshops e seminários, a colaboração e interacção com os investigadores, a comunidade e os decisores políticos, e a reciprocidade, convidando os cidadãos a debater uns com os outros a investigação, num contexto de workshop.
Adicionalmente, os investigadores do GCARE recorreram a questionários interactivos, com o objectivo de monitorizar a percepção dos cidadãos relativamente aos níveis de exposição à poluição atmosférica e dotaram-nos de sensores low cost, permitindo que os cidadãos conduzissem as suas próprias pesquisas e investigações. Estes sensores possibilitaram a criação de investigações sobre a qualidade do ar interior das habitações dos cidadãos a diferentes alturas do dia, assim como investigações sobre como os congestionamentos rodoviários impactam a qualidade do ar em zonas residenciais.
A equipa responsável pelo estudo está integrada no projecto iSCAPE, financiado pelo programa-quadro comunitário de investigação e inovação, Horizonte 202