A implementação de uma taxa ‘verde’ sobre os sacos de plástico vai garantir um montante mínimo de seis milhões de euros para projectos de biodiversidade e natureza nas áreas protegidas nacionais, ao abrigo do Fundo para a Conservação da Natureza e Biodiversidade. A informação foi avançada hoje pelo secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, Miguel Castro Neto, na sessão de abertura do Smart Travel 2014, evento que, até domingo, vai debater, no Nordeste Transmontano, as potencialidades do turismo inteligente.

Numa intervenção direccionada para a competitividade das cidades e territórios portugueses, o responsável frisou ainda a preparação de uma estratégia governamental Cidades Sustentáveis 20-20, que inclui a elaboração de um índice comparativo: “queremos que, no próximo quadro comunitário de apoio, seja possível monitorizar como estão as cidades a evoluir”. O objectivo? “Aproximarmo-nos dos ideais de cidades sustentáveis”, concluiu. O documento deverá ser apresentado no início de 2015.

Mais do que disponibilizar dados urbanos, a visão da Secretaria de Estado passa por promover soluções colaborativas entre os agentes no terreno. “Não basta disponibilizar os dados, é necessário a capacidade de transformar os dados em informação que sirva de base à tomada de decisão”, acrescentou. Até porque, criticou, há actualmente “um problema real de inteligência colectiva”.

Lembrando que o Turismo em Portugal gera mais de 28 milhões de euros por dia, Miguel Castro Neto espera que “essas receitas sejam também canalizadas para o turismo de Natureza”. E, para isso, o responsável reforçou a importância da marca Natural.PT, lançada pelo executivo este ano e que visa distinguir produtos, serviços e actividades imateriais nas áreas protegidas de Portugal.

O Smart Travel 2014 decorre entre hoje e domingo, com intervenções de especialistas internacionais na área do turismo inteligente. Em paralelo, estão também previstas experiências pelo território para os participantes. O Smart Travel resulta de uma candidatura de duas associações de desenvolvimento local – CORANE e DESTEQUE – ao programa operacional regional do Norte ON.2, com um valor total de 150 mil euros.