A cidade de Braga vai passar a controlar os níveis de poluição do ar, do som e das águas fluviais. A solução que será instalada vai permitir a monitorização dos dados recolhidos em tempo real, a partir de uma rede interligada de nove sensores que facilita a detecção de problemas e, sempre que necessário, permite a rápida intervenção.
A solução de monitorização da qualidade ambiental foi desenvolvida pela Innovation Point, uma empresa de investigação e desenvolvimento do grupo dst, e a sua implementação está inserida na estratégia de inteligência urbana da câmara municipal bracarense. Pensada para impactar positivamente a qualidade de vida das pessoas, a solução apresenta-se como um factor de dissuasão de actos ilícitos, já que os dados recolhidos são disponibilizados de forma instantânea, permitindo maior prontidão na resposta às ocorrências. Para Altino Bessa, vereador do Ambiente e Energia do município de Braga, este é, precisamente, uma das mais-valias do projecto, destacando a possibilidade de “agir melhor e mais rapidamente”.
“A ideia é, quando estiver tudo a funcionar em pleno, [que] os alertas sejam comunicados directamente às autoridades, de forma a poderem dirigir-se ao local e rapidamente detectar a fonte do problema”, explica à Smart Cities.
Os pontos de instalação dos sensores foram escolhidos de modo a proporcionar uma cobertura alargada e a reduzir o uso de energia. As sondas que vão monitorizar as águas do rio Este são energeticamente auto-suficientes e foram especificamente desenvolvidas para este projecto, permitindo optimizar a recolha de dados no percurso urbano do curso de água. Já a monitorização da qualidade do ar vai analisar, entre outros factores, os níveis de dióxido de carbono, dióxido de nitrogénio e ozono. A análise conjunta dos dados compilados vai possibilitar o estudo de “soluções de fundo”, no que diz respeito “ao nível da água e risco de inundação, temperaturas elevadas e risco de incêndio, entre outras”, exemplifica o vereador do ambiente.
Todos estes dados vão estar integrados numa única plataforma, de carácter modular e expansível, que permitirá incorporar outras dimensões de análise que venham a ser adicionadas ao sistema. Altino Bessa desvenda algumas das valências que poderão fazer parte do sistema no futuro, tais como a “contagem de peões, ciclistas, viaturas, lugares de estacionamento”. Esta plataforma pode ser acedida a partir de vários dispositivos, como computadores, tablets e smartphones.
A solução vai ser implementada em Braga, mas, de acordo com a empresa responsável pela solução, outras cidades poderão seguir o exemplo. Em declarações à Smart Cities, Xavier Martin, administrador da dstelecom, faz questão de notar que “o projecto é replicável para outras cidades” e adianta que estão em curso “conversações com alguns municípios de forma a implementar a sensorização num futuro próximo”.