Nos próximos dias 4 e 5 de Abril, Alfândega da Fé vai receber a reunião internacional do LIFE Adaptate, projecto internacional que visa reforçar o compromisso dos municípios europeus com o Pacto dos Autarcas para a Energia e Clima. A iniciativa promove o desenvolvimento de planos locais de mitigação e adaptação às alterações climáticas e junta, a Alfândega da Fé, outros cinco municípios europeus: Águilas, Cartagena, Lorca (Espanha), Smiltene (Letónia) e Mértola (Portugal).
Três meses antes de subscrever formalmente o Pacto dos Autarcas em Dezembro de 2017, Alfândega da Fé abraçou o desafio LIFE Adaptate, no sentido de mitigar e adaptar o seu território às alterações climáticas. Tendo como principais preocupações a ocorrência de secas e o consequente risco de incêndios, o município transmontano vê na iniciativa europeia uma oportunidade para atenuar estas problemáticas.
Enquanto anfitriã do encontro de Abril, Alfândega da Fé espera consolidar o seu papel na iniciativa, “sensibilizando, uma vez mais, para a temática das alterações climáticas”, antecipa Berta Nunes, presidente da câmara municipal. Esta será também uma oportunidade para as cidades parceiras ficarem a conhecer as características deste território português, assim como os progressos feitos no âmbito do projecto que os une. Um dos resultados visíveis da iniciativa é a criação de um lago natural, que irá ajudar à diminuição da temperatura ambiente, assim como promover a irrigação das áreas agrícolas, e, em caso de incêndio florestal, auxiliar no combate às chamas.
Do intercâmbio de experiências e conhecimento com as cidades parceiras, há também benefícios e resultados a retirar. “Alfândega da Fé tem conseguido aproveitar todas as oportunidades de aprendizagem tanto com os municípios de Espanha, Letónia e com os nossos parceiros portugueses, o município de Mértola e a IrRADIARE. Temos também aproveitado a oportunidade para partilhar o nosso conhecimento e o que tem sido a nossa experiência ao longo dos anos”, refere Berta Nunes. Para a responsável, este tem sido um trabalho “bastante frutífero” e, entre as acções mais significativas, destacam-se a criação de florestas de fins múltiplos e a promoção da regeneração natural.
Responder ao desafio das alterações climáticas não é apenas uma preocupação do governo local e a população alfandeguense começa já a ficar mais atenta. “Hoje, tendo em conta os fenómenos climáticos que têm vindo a acontecer, há uma sensibilização natural que ocorre”, aponta Berta Nunes. Ainda assim, a autarca sublinha o trabalho de comunicação e sensibilização que o município tem levado a cabo, nomeadamente junto da população mais idosa e estudantil e também no âmbito do próprio projecto – “Também no contexto do LIFE Adaptate se desenvolveu uma unidade didáctica, de modo a conseguirmos alcançar os diferentes públicos-alvo, em particular os grupos de risco no contexto da adaptação às alterações climáticas”.
Passado pouco mais de um ano do arranque do projecto, o balanço é “muito positivo”, estima. “É um projecto que nos permite cooperar com municípios com realidades diferentes da nossa, em particular no que respeita às características das regiões em que se inserem. Tem sido possível testar, através de diferentes modelos, o envolvimento e participação do público e avaliar como as iniciativas locais e a adopção de medidas específicas permitem a adaptação e a mitigação dos efeitos das alterações climáticas”, explica Berta Nunes. “É um projecto relevante para o município e que permite uma partilha de ideias e boas práticas, com impacto favorável no nosso território”, conclui.
“A ocorrência de fenómenos de secas e consequente risco de ocorrência de incêndios são uma preocupação do município. A resposta a esta problemática é central no LIFE Adaptate, nomeadamente através da promoção de soluções que respondam à grande vulnerabilidade do município a estes fenómenos. Pretendemos que as iniciativas do projecto permitam uma atenuação desta problemática. Resultado disso é a implementação de um projecto piloto, um lago natural, que irá permitir um arrefecimento ambiente, promover a irrigação de áreas agrícolas e o apoio ao combate a incêndios florestais”.